dezembro 11, 2004

The Lurker e a punição por bom desempenho (ou essa nem Kolberg entende)

E eis que aquele-que-não-deve-ser-nomeado convoca-me ao seu castelo. Nunca, em momento algum, qualquer chamado desta ordem rendeu alguma coisa que eu quisesse ouvir, fosse positiva ou pelo menos agradável. Esta visita não foi diferente.

Em pouco menos de cinco minutos fui informado que dois dos projetos sob minha condução deveriam ser passados a terceiros. O motivo? Mistério - não foi dito e eu não perguntei. Ninguém sabe, talvez nem ele. Estranhamente, em um caso específico, este "terceiro" não foi indicado ainda, deixando a condução do projeto parcialmente acéfala e totalmente sem músculo. Resultado: uma diretoria aparvalhada, sem compreender porque a organização retira da execução a única pessoa que estava tocando a atividade em nível local, ou seja, que comparecia regularmente e discutia os produtos necessários e previstos nos acordos. E isso a menos de uma semana da vinda de um consultor estrangeiro que eu convidei porque trabalhamos juntos - e agora não se sabe como fazer para contornar o nó. Ou os nós.

O exótico desta coisa é que eu não recebo por produtividade. Se controlo seis, quatro ou dois projetos meu salário fica do mesmo tamanho. E minha mbição nunca foi perpetuar-me na "organização dele" - pelo contrário, fui com o que chamo de "prazo de validade", ou seja, com data planejada para ir embora. Então, no fim das contas, o rito de degradação termina muito mais como um prêmio do que qualquer outra coisa, não é? Mais ou menos. Afinal, em um dos casos passei dezoito meses negociando com o pessoal do ministério, para ver agora uma pessoa que não conhece (e também não fazia tanta questão de conhecer) o processo, receber a incumbência. É contrangedor (para esta pessoa) como ela mesmo confessou-me: não teve qualquer intenção de "passar-me a perna". E o novo cooredenador sentiu-se de maneira muito semelhante, como ele mesmo também me disse. Bolas. Ficamos todos com cara de bobos uns para os outros e a ausência de coerência nem é nossa...

Como tudo, sempre existe um lado positivo: as manifestações de apreço choveram e os protestos também. Conquanto isso pouco importe a Voldemort, perdido em seu castelo de cartas marcadas, faz diferença para mim: é bom me saber competente e querido aos olhos dos outros. E Voldemort que pense o que quiser.

Assim, em homenagem à miopia galopante e a mais uma demonstração de que quem mexe com altos valores da humanidade não é capaz de praticá-los com os que estão perto, a WKTL Radio apresenta:

Under Pressure
Queen e David Bowie
Hot Space (1982)

Pressure pushing down on me
Pressing down on you no man ask for
Under pressure - that burns a building down
Splits a family in two
Puts people on streets

It's the terror of knowing
What this world is about
Watching some good friends
Screaming let me out
Pray tomorrow - gets me higher
Pressure on people - people on streets

It's the terror of knowing
What this world is about
Watching some good friends
Screaming let me out
Pray tomorrow - gets me higher
Pressure on people - people on streets

Turned away from it all like a blind man
Sat on a fence but it don't work
Keep coming up with love but it's so slashedand torn
Why - why - why
Love

Insanity laughs under pressure we'recracking
Can't we give ourselves one more chance
Why can't we give love that one more chance
Why can't we give love

Cause love's such an old fashioned word
and love dares you to care for
The people on the edge of the night
And love dares you to change our way of
Caring about ourselves
This is our last dance
This is our last dance
This is ourselves
Under pressure
Under pressure
Pressure

The Lurker Says: Satisfaction lies in the effort, not the attainment. Full effort is full victory.
(Mahatma Gandhi)